sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que temos a agradecer?
          Ouvir da nossa gestora que estávamos em um sol estridente para agradecer ao SENHOR GOVERNADOR foi inexplicável.
              Gostaria de fazer alguns questionamentos com meus colegas NDG para que juntos talvez conseguíssemos descobrir o que teríamos a agradecê-lo.
A nossa folha de pagamento Zerada?
As noites mal dormidas dentro de uma van pra irmos a Belo Horizonte reivindicar nossos direitos?
As noites dormidas em uma calçada fria em frente à Assembleia Legislativa?
A policia vigiando nos vinte e quatro horas?
          Vivemos uma DITADURA em plena Democracia, nossa liberdade de expressão nos foi retirada, pois não temos mais o direito de expor nossas ideias, principalmente quando essa não agrada ao poder.
        Sinceramente dentre estes questionamentos não consegui encontrar nenhum motivo para agradecer ao SENHOR GOVERNADOR, mas sim pedir a Ele que nos pague o NOSSO PISO SALARIAL.
     Amigos se vocês encontrarem motivos me conte, pois eu não encontrei.
Professora :  Ellida Roberta (Diretora da Subsede do SinDUTE de Frutal)

                           Frutal em tempos de Despertar

 

O dia 28 de setembro marcou Frutal, não apenas pela inauguração do tão falado Hidroex, mas também pelo fato de ter sido o dia em que alunos do ensino médio, professores estaduais, universitários da UEMG e demais pessoas, unidas, resolveram não ficar caladas diante da injustiça e o descaso que o Governo PSDB mineiro e todos os seus demais comparsas, insistem em fazer, inclusive dentro da própria universidade.
"Armados" com cartazes, faixas, idéias e suas vozes, estes cidadãos, representavam um perigo ao Estado e à aqueles que agora detém o poder instituído, um perigo ao comodismo promulgado por tais e a aceitação passiva de que o que se tem, é o que se deve ter, quando se deveria questionar, qual a porcentagem que recebemos do montante disponibilizado a nós?
O “perigo” era tão grande e visível, de forma que foi montado um gigantesco esquema de segurança, policiais empunhados de fuzis, tropa de choque e tudo o mais de uso possível de um Ditador e seus sucessores leais.
Nos gritos de repudio dos manifestantes surgiam perguntas como: Porque uma instituição que foi erguida e é financiada com dinheiro publico, inclusive sua mega festiva, atua de forma a excluir essa massa contribuinte? Porque uma universidade estadual não permite a entrada de seus estudantes em inaugurações feitas em seu próprio campus? Porque uma fundação como o Hidroex, que recebe dinheiro público, mas tem autonomia financeira e se diz pela educação, recebe mais atenção e valores financeiros do que a Educação pública e os profissionais da educação? Entre várias outras perguntas.
Ao mesmo tempo o Governo Anastasia anunciava verba para dependentes químicos no valor de R$ 900,00 apelidada de bolsa crack, e aos professores um Piso salarial de R$ 712,00 após mais de 110 dias de greve e que antes era de R$ 369,89, que tipo de incentivo seria este?
A grande verdade é que “estes” não querem ajudar, eles querem é ter o poder de ajudar, para fazer da forma e quantidade que lhes convir. É como se tivessem a fome em uma das mãos e o pão velho na outra, para assim perpetuarem no poder.
Com certeza aqueles que não querem que abramos nossas bocas e escrevamos nossos textos, que se julgam inquestionáveis, dirão que estes são grupos de baderneiros, tentando subverter o real sentido do manifesto pacífico, mas, é sempre desta forma que eles fazem, com manipulações e mentiras que são tão discrepantes, ao ponto da atual gestora publica de Frutal, dizer em entrevista que os manifestantes que estavam a 1 km do evento, foram ali para “agradecer o governador”, como se os professores adorassem sair de sala e ir até Belo Horizonte reivindicar respeito e cumprimento de Lei, como se gostassem de serem agredidos, ganharem spray de pimenta em suas faces, como se os alunos barrado, tivessem adorado estar ao sol ardente, mas, de um dia sombrio, enquanto na sua universidade, palhaços faziam o show com o dinheiro de todos, em beneficio de poucos.
O desejo de justiça é de todos, mas poucos se entristecem com a realidade e resolvem acordar, sentem-se presenteados e isso cega o povo. Professores, alunos, eleitores, estão todos fora da Lei, o governo repressor e ditador dentro da Lei, o deputado Narcio que junto a outros, aprova aumento do seu salário em mais de 60%, verba de gabinete em 28%, nos “tira” dinheiro dentro da lei, e desta forma viramos zumbis apaixonados.
Este tipo de humilhação é fruto da arrogância, mas que incita o sentimento crescente e cada vez mais forte de liberdade, um sentimento, que não aparece nas massas, não protagoniza cenas de TV e outras mídias, nem vira versos com freqüência, mas quando os sentem na própria pele, é como se fosse uma explosão de energia pronta a contagiar o mundo.
É uma fase germinal da primavera em Frutal, que deverá ser regada, pois enquanto a imposição for usada no lugar da justiça e igualdade, palavras sempre terão o seu poder, sendo a  forma de demonstrar a opressão de um sistema corrupto, que esconde a verdade, que o povo é utilizado como a engrenagem para alavancar a maquina política desses ditadores, induzindo a conformar com o que se tem. A idéia de que “O que seria de Frutal sem esses benefícios” ou “Sem a mim, vocês não são ninguém” paira no ar, e quase ninguém se preocupa com isto, talvez por concordar, talvez pelo medo de acordar. Em troca disso, a obediência cega de todos é um ótimo pagamento por tamanha ignorância.
Então vos pedimos para acreditarem na liberdade de um mundo sem dono, sem podres poderes, libertem a palavra esperança do cárcere, lugar onde tantos de nós se encontram. Nas palavras de Caetano: “E aquilo que nesse momento se revelará aos povos, surpreenderá a todos, não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o óbvio”.Professor Danilo Alves

Vídeo da inauguração popular do Hidroex
http://www.youtube.com/watch?v=Qh6-WLnd1t4